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O MASP e as Ferramentas da Qualidade

Claudemir Oribe é Mestre em Administração, Consultor e Instrutor de MASP, Ferramentas da Qualidade e Gestão de T&D. E-mail claudemir@qualypro.com.br.

29/04/2012




Ao aplicar o MASP para resolver problemas o usuário precisa inevitavelmente utilizar algumas ferramentas da qualidade. Isso significa que apenas o emprego do método não é suficiente para resolver problemas de forma efetiva. É preciso que as ferramentas auxiliem o processo, fazendo algo que o método não é capaz.

A primeira coisa a ser esclarecida é a diferença entre método e ferramenta. O método é o caminho lógico, estruturado na forma de uma sequência de etapas previamente definidas e que seria o melhor roteiro para se chegar ao resultado esperado. O método é como um mapa que indica o melhor trajeto e que sempre será utilizado, pois ele foi estudado e escolhido dentre algumas alternativas possíveis. Já as ferramentas são instrumentos de trabalho de diversos tipos e que são empregados diversas vezes durante o trajeto. Graham Parker, um autor da área da qualidade faz uma analogia numa situação de guerra, sendo o inimigo o problema. Para ele o método é o plano estratégico, desenhado para vencer da melhor forma o inimigo e usando o mínimo de recursos. As ferramentas são esses recursos, como armas, munição e equipamentos. Cada uma é necessária para uma em sua função específica e forma permanente ou pontual, mas sempre limitada.

Existem uma infinidade de ferramentas. Nancy Tague enumera quase 100 delas em seu livro The Quality Tool Box, sem contar as variantes, que são ferramentas derivadas das originais com pequenas alterações feitas para um propósito específico.

Diagrama de Causa-e-efeito, Diagrama de Pareto, Folhas de Verificação, Histograma, Diagrama de Dispersão, Carta de Controle, Brainstorming, 5 Porquês, Gráfico de Tendência são apenas alguns exemplos. As funções, no entanto, convergem para cerca de dez, cuja compilação é mostrada no quadro a seguir.



O quadro acima foi elaborado a partir da análise das funções das ferramentas de cinco autores diferentes. Embora hajam pequenas diferenças de opinião, e talvez até uma ou outra omissão, as funções tendem à convergência, havendo sempre dois autores, no mínimo, que citam a mesma finalidade. Para quem conhece o MASP, é fácil perceber que eles estão mais ou menos na sequência do método. Assim, utilizar as ferramentas nessa ordem seria, grosso modo, resolver um problema usando um método estruturado, tal qual o MASP. Assim, as ferramentas são como materiais de construção, que são usados nas etapas definidas da obra (método) para construir uma casa e abrigar uma família (problema).

A diversidade de ferramentas podelevar o usuário a se confundir e escolher a ferramenta errada e, até mesmo, sequer vir a saber da existência de ferramenta que poderia ajudá-lo. É recomendável então, que o usuário se familiarize com elas e aprenda a usar um conjunto que possa ajudá-lo a resolver problemas na maioria dos casos. Ao leitor, eu recomendaria a lista abaixo, que não tem a intenção de se tornar um padrão, mas apenas sugerir um conjunto apropriado para uma ampla gama de problemas.

1. Diagrama de Causa-e-efeito
2. Estratificação
3. Diagrama de Pareto
4. Folhas de Verificação
5. Histograma
6. Diagrama de Dispersão e Análise de Regressão
7. Carta de Controle
8. Brainstorming
9. 5 Porquês
10. Fluxograma
11. Gráfico de Tendência
12. Diagrama de Árvore
13. Matriz É – NÃO É
14. Gráfico de Gantt
15. Matriz Gravidade-Urgência-Tendência – GUT
16. Matriz Resultado-Execução-Investimento – REI
17. 5W1H e 5W2H
18. Votação múltipla

Segundo Kaoru Ishikawa, um número menor do que o apresentado acima já seria suficiente para ajudar na solução de 95% dos problemas típicos das empresas. Então, a hora agora é de dominá-las para que a objetividade e precisão substituam as idéias vagas e boas intenções.


Referências

HOSOTANI, Katsuya. The QC problem solving approach: solving workspace problems the japanese way. Tokio: 3A Corporation, 1992.

GARVIN, David A. Gerenciando a Qualidade: a visão estratégica e competitiva. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2001.

ORIBE, Claudemir Y. O MASP e as Ferramentas da Qualidade. Revista Banas Qualidade, São Paulo: Editora EPSE, n. 236, janeiro 2012.

ORIBE, Claudemir Yoschihiro. Quem Resolve Problemas Aprende? A contribuição do método de análise e solução de problemas para a aprendizagem organizacional. Belo Horizonte, 2008. Dissertação (Mestre em Administração). Programa de Pós-Graduação em Administração da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais.

PARKER, Graham W. Structured Problem Solving: A Parsec Guide. Hampshire: Gower, 1995.

SCHOLTES, Peter. Times da Qualidade: Como usar equipes para melhorar a qualidade. 2. ed. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2002.

TAGUE, Nancy R. The Quality Tool Box. 2. ed. Milwaukee: ASQ Quality Press, 2005.

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